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[SALEM] On The Road

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Mensagem por Convidado Qui Fev 12, 2015 11:16 pm

❝ On the road ❞

Salem, Massachusetts
1:34 PM. Day number ???

O sol escaldante de Massachusetts não era páreo para a menina que caminhava solitária entre as arvores, sem rumo específico. Alexis não carregava mochila, e isso era útil na hora de correr ou se esconder. Mantinha todos os seus pertences nos bolsos da calça, nos bolsos dentro da jaqueta ou presos ao cinto, que pertencera à seu pai quando vivo. Apesar do sol escandante, não se atrevia a retirar a jaqueta jeans, muito menos tomar um longo gole d'água. A última vez que encontrou água potável havia sido há 3 dias atrás enquanto vasculhava uma casa abandonada, e não sabia quando daria aquela sorte de novo. Apesar de ser estudante de medicina e saber que seu corpo precisava de água para compensar seu suor, acreditava que a sede era psicológica, e só concedia à si mesma um gole d'água quando seus rins começavam a doer.

A estrada ao lado da mata onde caminhava estava deserta, a não ser por um carro ou outro abandonado ali, por cujos quais ela se atrevia a deixar a floresta para vasculha-los em busca de algo útil, ou pelas criaturas que chamava de "walkers". Graças à seu pai que a levava em aulas de tiro quando pequena, Alexis podia lidar com aquelas criaturas facilmente à distância, mas quando vinham em bando, ela era obrigada a correr e abrigar em árvores. Tentava ao máximo economizar munição, e só atirava quando realmente não tinha outra opção. Alexis havia perdido a conta de quantos dias se passaram desde o 4 de Julho, e se não fosse a placa de "Bem Vindo à Salem", não teria a mínima noção de onde estava exatamente. Não sabia muito sobre Salem, fora que havia sido palco de caça e assassinato de mulheres - consideradas bruxas, sem motivo aparente - no século XVII. Se os católicos faziam aquilo com mulheres naquele tempo, Alexis imaginava o que fariam com zumbis hoje em dia. "Conto de fadas errado", pensou sem poder evitar uma risadinha, e continuou caminhando deixando a placa de boas vindas para trás.

Alexis continuava andando, dia após dia, em busca de uma casa para saquear ou alguma alma viva, embora desde que deixou sua casa, os vivos lhe davam mais problemas do que os mortos. Há algumas noites fora obrigada a matar dois homens que a perseguiram até um galpão com intenções aparentemente nada amigáveis. Eles provavelmente teriam tentado estupra-la se ela não tivesse sido mais rápida, mas ainda assim, a faca de um dos homens havia deixado uma cicatriz feia em seu rosto. Alexis não estava nem um pouco abalada pelo o que fez. Acreditava que tinha feito o necessário para sobreviver, e após matar seu padrasto, uma morte a mais ou a menos não a levaria ao céu.

De repente, em meio as árvores, Alexis avistou uma casinha em meio ao pasto, do outro lado da estrada. Um rancho talvez. E seu instinto a alertou de que aquele era o local certo à seguir. Talvez lá encontrasse comida, mais água, e se não fosse pedir ou sonhar demais, um casal de velhinhos simpáticos os quais lhe ofereceriam um abrigo para passar a noite. Não fazia ideia do quanto a casa estava longe. Um quilômetro, talvez? Desejava que em seu Kit Explorador - também herdado de seu pai - tivesse um binóculos, principalmente porque desconfiava que estava se tornando míope. Era tudo o que ela precisava naquela situação. De repente, Alexis foi acordada de seus devaneios por um barulho que havia se tornado familiar por fazer sua espinha gelar. - Merda! - praguejou baixo e sacou sua pistola, apontada em direção ao som. Nada. Seu corpo estava inteiramente em alerta, e suas pupilas dilatadas. O som que walkers faziam enquanto se aproximavam indicava que não era porque ela não o via que ele não estava ali. Alexis não estava nem um pouco afim de esperar ali parada até a criatura dar as caras, principalmente porque ela não fazia ideia de quantos teriam.

Alexis correu em direção a estrada sem pensar duas vezes, afim de atravessa-la em diagonal em direção à casinha no horizonte, e quase não reparou nos três walkers que caminhavam pela estrada há cerca de vinte metros dela. "Droga". Perto demais. Virou seu corpo e apontou sua pistola para trás, sem parar de correr para frente. Um disparo. Pegou o olho do walker mais próximo em cheio, e o derrubou. Outro disparo. Atingiu de raspão o segundo walker mais próximo, mas foi o suficiente para faze-lo vacilar e tropeçar no walker caído, e isso o atrasaria por um tempo. Terceiro disparo. Tesc!. Nada. Alexis reconhecia esse som, mas a adrenalina a fez insistir, e apertar o gatilho mais uma vez. Tesc! Tesc! As balas da pistola haviam acabado. Estava quase na cerca que separava a estrada do pasto, e sabia que uma vez que a atravessasse, estaria segura, mas ainda sim ela precisava estar pronta para qualquer coisa. Relutante, Alexis enfiou os dedos dentro do bolso interno da jaqueta e retirou três balas, sem parar de correr, e as colocou em sua pistola. Estava à poucos metros da cerca quando se atreveu olhar para trás, afim de se certificar que o walker estava longe o suficiente.

E em consequência disso, Alexis tropeçou e caiu no chão de terra, batendo seu joelho e queixo, deixando sua pistola cair. Foi quando se desesperou de verdade. Apesar da dor, não se deu ao luxo de uma reação mais forte que um gemido, e instintivamente, se virou para encarar o walker que se aproximava cada vez mais. Ainda com os olhos vidrados na criatura, tateou o chão em busca de sua pistola, sem sucesso. Sem outra opção, virou-se para o chão e a viu cerca de um metro de distância de sua mão, e instintivamente arrastou seu corpo em direção da arma. O atrito de seus joelhos no chão gerou outro gemido de dor. Esticou seus dedos até que alcançassem a arma, de deu outro impulso forte para se aproximar o suficiente para que a envolvesse em sua mão. Virou seu corpo rapidamente e disparou contra a cabeça do walker que caiu sobre seu corpo. Exasperada, Alexis gritou e retirou o corpo do morto-vivo sobre si às presas, e se sentou no asfalto, ainda com sua respiração acelerada e ofegante. Respirou fundo e analisou os estragos em si mesma: Sua calça havia rasgado nos joelhos, que agora sangravam arranhados, assim como suas mãos e queixo. Seus cotovelos e braços doíam embaixo dos tecidos levemente rasgados, assim como sua barriga sob a blusa branca encardida. O gosto de sangue na boca indicava o corte na língua causado por seus dentes na queda. Dentes aqueles que aparentemente, continuavam todos em seus devidos lugares.

- Nada mal, Alexis. Poderia ter sido pior - disse a si mesma, antes de se levantar, ainda com dor. Foi quando constatou que ainda havia companhia. Um grupo de walkers agora saia da floresta, por onde Alexis tinha vindo. Provavelmente, atraídos pelo som de seus disparos. - Merda! - praguejou antes e caminhou mancando em direção à cerca de arrame que separava a estrada do pasto. Procurou um local seguro entre os arames para apoiar as mãos e com esforço atravessou, o que danificou mais suas roupas. Não que à aquela altura ela se preocupasse com isso, mas era a única roupa que tinha. Uma vez dentro dos limites da cerca, Alexis caminhou mancando numa velocidade confortável em direção a casinha que agora perseguia. Hora ou outra virando e olhando para trás para se certificar de que os walkers que a perseguiam estavam impedidos pela cerca.


[...]


Aquela não era a primeira vez que Alexis invadia uma casa para saquear, mas isso não tornava a situação mais confortável para ela. Como sempre fazia, bateu nas portas, fez barulho com os pés e gritou, à espera de alguma reação da parte dos possíveis moradores ou até mesmo de algum walker próximo. Nada. Mas ela sabia que aquilo não significava que era seguro. Sacou sua pistola e quebrou o vidro da porta, e com cuidado, introduziu sua mão para que pudesse abrir por dentro. Adentrou a casa e fechou a porta atrás de si, em alerta com a pistola em mãos, pronta para disparar ao menor movimento. Vasculhou o primeiro andar, a cozinha, a sala, o banheiro e os corredores com cuidado e cautela. Nada. Talvez os donos tivessem partido em busca de abrigo e casa estivesse abandonada. Subiu os degraus com cuidado e abriu as portas. Nada no banheiro ou em um dos quartos. Ao abrir o terceiro quarto, porém, o cheiro forte denunciou que havia algo de errado ali, e Alexis o fechou de volta imediatamente. Bateu na porta algumas vezes, a espera de uma reação de algum walker ali dentro, e em resposta não ouviu barulho algum. Prendeu a respiração e abriu a porta novamente, e se deparou com dois cadáveres nas camas. Um casal, talvez. Não importava. "Alguém esteve aqui", pensou, e fechou a porta novamente.

Alexis desceu as escadas com cuidado, ainda sentindo dor e sentou no sofá por um instante. Relutante, concedeu à si mesma um pouco da água quente de seu cantil e tomou outro gole. Respirou fundo outra vez antes de se colocar de pé e mancar até a cozinha. Agora começaria a parte interessante. Abriu os armários da cozinha em busca de comida e encontrou um alguns enlatados, cujos segundo seus rótulos, haviam vencido à duas semanas atrás. Abriu a geladeira e o cheiro insuportável de carniça invadiu a cozinha antes que Alexis a fechasse novamente. Vasculhou as gavetas e encontrou alguns talheres, inclusive facas simples. Vasculhou mais um pouco, e encontrou na última gaveta uma faca de churrasco de tamanho padrão. Vasculhou embaixo da pia e encontrou algumas panelas, cuja qual encheu de água da pia e colocou para ferver no fogão. Não confiava em água alguma, e sabia que seria melhor se deixasse ferver. Voltando aos objetos achados, recolheu os enlatados, a faca de churrasco, a faca simples e as juntou em cima da pia. Não sabia pra que usaria os demais objetos que encontrou, como colheres, garfos e panos de prato, e julgou que seria peso desnecessário.

Enquanto a água fervia, Alexis vasculhou os banheiros em busca de analgésicos e medicamentos, e tudo o que encontrou foi aspirinas, calmantes, tranquilizantes para dormir e remédio para pressão. - Inútil! - bufou, e seguiu em direção aos quartos limpos. Alexis não havia visto nenhum indício de crianças ali, mas de acordo com o quarto, julgou pertencer aos filhos. Lá encontrou uma pequena sacola militar que julgou útil, assim como os travesseiros das camas e alguns livros que encontrara jogados. Pretendia passar a noite ali, e por isso precisaria se acomodar. Levou o que achou para o banheiro do andar de baixo e aconchegou os travesseiros na banheira, onde planejava dormir. Voltou para a cozinha onde pegou as facas, a água, uma colher, e levou tudo para o banheiro. Empurrou alguns móveis contra a porta por onde entrou e fechou as cortinas da casa antes de se trancar no banheiro, onde se alimentou do milho e tomou um pouco mais de sua água enquanto esperava a água fervida esfriar.

Após comer, guardou uma faca simples e a de carne dentro da sacola militar, com as lâminas para cima para que não rasgasse. Colocou ali também os quatro enlatados e as aspirinas que encontrou no banheiro, e amarrou a sacola no cinto. Não era muito, mas também não era pouco. Não poderia se dar ao luxo de colocar mais coisas do que o necessário, já que a atrapalharia na hora de correr. Quando finalmente a água esfriou, completou seu cantil, usou um pouco da água para limpar seus ferimentos e tomou o restante. Por fim, folheou os livros, que descobriu se tratar de Hamlet e Macbeth. - Alguém aqui gostava de Shakespeare - comentou consigo mesma. O escuro da janela indicava que já era noite, e o peso nas pálpebras de Alexis indicava que estava com sono. Guardou seus pertences e se acomodou na banheira forrada de travesseiros. O sono a derrubou antes do esperado, e em poucos minutos, Alexis estava dormindo. Não fazia muitos planos, mas pela manhã, partiria dali em busca da cidade mais próxima. Contanto que estivesse viva.

inventário e considerações:

Convidado
Convidado

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Mensagem por Clarisse B. Silverfox Sex Fev 13, 2015 9:57 pm
Avaliação.
Ortografia: 9
Criatividade: 10
Narração: 9
Senso de trama: 10
Carisma: 10
Total: 96 de experiência.
-20 de MP.
-30 de HP.
ATUALIZADA.
ITENS ACEITOS.


Clarisse B. Silverfox
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Data de inscrição : 09/01/2015

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Clarisse B. Silverfox
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Mensagem por Convidado Sáb Fev 14, 2015 10:28 pm
Alexis se retira dali e procede em sua caminhada.

Finalizado
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