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[MAINE] City of Delusion

 :: Maine

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Mensagem por Convidado Sáb Mar 07, 2015 1:42 pm

❝ stay away from me ❞

build a fortress and shield your beliefs
somewhere in Maine. 6:12 PM

- I DON'T KNOW WHAT YOU HEARD ABOUT ME. BUT A BITCH CAN'T GET A DOLLAR OUT OF ME. NO CADILLAC, NO PERMS, YOU CAN'T SEE. THAT I'M A MOTHERFUCKER P-I-M-P! - cantava à plenos pulmões, enquanto tirava as mãos do volante para fazer alguns gestos obscenos para acompanhar a música. Eu tinha que admitir que o cara que eu tinha assaltado no posto de gasolina tinha gosto interessante para música, considerando os CD's que achei no porta luvas. Talvez um dia eu o agradeceria por isso - pela música e pelo carro -, se ele sobrevivesse até lá, mas no momento eu não estava me importando com nada além de cantar 50 cent pisando fundo no acelerador, sentindo o vento gélido do crepúsculo nos meus cabelos, esmagando a cabeça de um zumbi ou outro que entrava no meu caminho, curtindo um pouco para variar. Levei o braço até o banco do passageiro e peguei a latinha de coca-cola que se encontrava pela metade e tomei um gole, sem me importar em manter os olhos na estrada. - Merda. Coca-cola quente - fiz uma careta e reprimi a vontade de jogar a lata pela janela, o que seria não só um desperdício mas também um rastro de que alguém passou por ali.

Fazia três dias desde que roubara o carro de um cara num Posto de Gasolina, e não vi sequer uma alva viva pelo meu caminho desde então. Não tinha um rumo certo à seguir, mas ainda sim esperava encontrar uma cidade e um lugar seguro com pessoas - ou não. Eu Tinha extrema dificuldade em lidar com pessoas, e confiar mais ainda. Os vivos eram agora uma ameaça tão perigosa quantos os mortos, e as situações extremas as levavam à tomar atitudes estúpidas, impensadas e desumanas em prol da sobrevivência que não fariam numa situação normal. E uma prova disso era o meu assalto que rendeu esse carro que dirigia agora. Não que me arrependesse, mas não era algo de que eu me orgulhava.

Considerando o nível da gasolina, eu ainda teria um ou dois dias de viagem sem problemas, mas eu já estava preocupada. Não fazia ideia de onde estava, não via nenhum sinal de cidade próxima e já estava escurecendo. Desliguei o rádio e parei o carro em meio a estrada. Desci e caminhei em direção à floresta do acostamento. Retirei a lanterna do bolso da jaqueta e tentei ver alguma coisa entre a mata. Uma campina, uma fazenda, um espaço aberto. Qualquer lugar em que eu pudesse esconder o carro e passar a noite em paz. Nada. - Foda-se - praguejei e voltei para o carro. Manobrei e adentrei a floresta de qualquer jeito, contornando as árvores, torcendo para não cair em um barranco ou buraco que não visse devido á escuridão. Parei o carro em meio à uma campina quando julguei fundo e afastado da estrada o suficiente, e tentei observar ao redor algum sinal de vivos ou mortos à espreita. Nada.

Peguei o último um pacote de bolacha e a lata de Coca-cola do banco do passageiro, a pistola que sempre deixava pronta próximo ao painel do carro e abri a porta, descendo e fechando a porta atrás de mim em seguida. Apoiei as mãos no capô e dei impulso, erguendo meu corpo para cima do mesmo sem muita dificuldade. Me deitei sobre o capô com meus pertences e me pus à observar as estrelas, que uma a uma surgiam no céu conforme ele escurecia. Isso era uma estupidez, eu sei, mas talvez o fato de não ver ninguém há muito tempo tenha me "relaxado" no quesito de segurança, e eu não me preocupava tanto com o que fazia, imaginando que estava sozinha. Mas ainda sim eu estava em alerta, com a pistola em mãos pronta para atirar no primeiro vivo ou morto ao menor sinal que ouvisse. Mas, até lá, eu poderia relaxar um pouco e observar o céu escurecer.

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Última edição por Alexis Max. Kozlowski em Sáb Mar 07, 2015 5:59 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Convidado Sáb Mar 07, 2015 4:05 pm

❝ don't starve ❞

Dead i fall asleep
is this all a dream

Tudo a minha volta estava girando. Olhei para minhas mãos, elas aumentavam e diminuíam de tamanho a cada segundo. Minha visão além de turva parecia não ter ponto fixo, minha respiração estava pesada. Estava sentado ao chão sobre algumas folhas secas que embelezavam o local triste e quase intocável pela humanidade, minhas costas repousavam sobre um tronco grosso de uma árvore milenar. — Comida... — Eu sussurrei baixo, já fez uma semana que eu não comia nada, meu estômago roncava, implorava por alimento, mas eu não tinha como fazer nada. Peguei o cantil do meu lado e bebi os últimos goles de água que estava armazenada. Como um ex-soldado treinado para guerra, uma coisa que eu sabia muito bem era que "beber água é a sua prioridade". A noite caia, as estrelas brilhavam no céu distante e as minhas costas o céu alaranjado de pôr do sol mesclava-se com o roxo de noitinha. Mais um dia que ia embora, e eu ainda nesta desgraça. Eu não deveria ter vindo pra esta maldita floresta.

Reuni as poucas forças que ainda me restavam e guardei o cantil de água — agora vazio — em um bolso de minha calça. Nas minhas mãos agora encontrava-se uma lanterna desligada, meus olhos pousavam sobre a bússola acoplada nela. Eu iria seguir para o norte. Ao menos esse era o plano. Lentamente, eu arrastei os pés pela floresta a procura de uma place melhor para abrigar-me durante a noite, já que eu dormia exposto ao perigo nos pés das árvores. As horas se passaram, olhei para o céu e a posição da lua denunciava que seria umas sete horas, um horário ainda cedo para um mundo normal, e extremamente tarde para um desnutrido vagar sozinho num mundo apocalíptico. Liguei a lanterna pois minha visão não já era boa para enxergar no escuro e passei o feixe de luz por entre as árvores, conservei o ritmo por algumas minutos, até que ao longe, uma luz maior projetava-se contra o chão, e eu juro que estava escutando uma música baixa vindo de lá.

Desliguei a lanterna e caminhei lentamente naquela direção em passos curtos e silenciosos. Por sorte ou destino, a pessoa ali presente estava de costas para mim, sentada no capô de um carro. Porte magricela e pequeno juntamente com cabelos longos, meu chute era que seria uma garota. Eu já estava andando com dificuldade e não conseguia mais ficar de pé, cada passo que eu dava para próximo ao carro era como se um pedaço de minha minha vida se esvaísse do meu corpo, até que eu não resisti e cedi, caí de joelhos no chão e o baque foi audível para chamar a atenção da garota. — Ei! — Eu a chamei com a voz fraca, tentando fazer com que ela me notasse.

Eu poderia ser facilmente confundido com um zumbi pelo estado em que eu se encontrava, exceto que eu não tinha nada em decomposição ou vestígio de ferida exposta. — Eu acho que vou desmaiar... — Eu falei fraco enquanto observava a silhueta da garota pular do capô do carro para o chão. A medida que ela se aproximava a minha visão ficava escurecida, até que tudo ficou como um breu e eu abracei o que talvez fosse o sono da morte.

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Última edição por Hórus Crowley Addam em Dom Mar 08, 2015 3:05 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Convidado Sáb Mar 07, 2015 5:57 pm

❝ stay away from me ❞

build a fortress and shield your beliefs
somewhere in Maine. 6:12 PM

As estrelas surgiam no céu conforme a noite caia, e apesar de ser interessante de se observar, isso me alertava que logo mais eu deveria me abrigar dentro do carro para passar a noite. Não tinha ideia do que faria ou pra onde iria pela manhã, mas isso fazia parte da aventura de ser uma nômade sem rumo. Não que eu tivesse esperanças de sobreviver assim por muito tempo, mas eu faria tudo ao meu alcance. Comi as últimas bolachas do pacote, tomei o último gole da Coca-cola e suspirei pensativa, lamentando o quão um bom maço de cigarros iria bem naquele momento, quando um som vindo de traz de mim fez com que um frio percorresse a minha espinha, me colocando em estado de alerta. Me sentei sobre o capô do carro e minhas mãos automaticamente foram até os bolsos - onde eu matinha minha pistola e lanterna -, enquanto eu apertava os olhos afim de enxergar através do breu ao meu redor. Retirei a lanterna e pistola dos bolsos e deixei que a luz varresse toda a extensão de onde veio o som - que me pareceu uma mistura de fala e gemido -, até que pude ver a silhueta de um homem(?) jogado próximo ao carro, e ele não parecia nada bem. - Puta merda!.

Saltei do capô do carro com agilidade e corri em direção ao homem, tendo em mente que aquela poderia ser a maior estupidez que eu estava prestes a fazer. Um apocalipse zumbi era o tipo de coisa que mudava as pessoas e as tornavam tão perigosas quanto os próprios zumbis, e justamente por esse fato eu não confiava em ninguém - tanto vivo quanto morto. Mas eu ainda me lembrava de quem eu era: uma jovem estudante de medicina, e acima de tudo, ainda era humana, e por isso o instinto de auxílio foi mais forte do que o de sobrevivência - le-se o de "puxar o carro e ligar o foda-se". Me aproximei do homem com urgência e cautela, com a pistola e lanterna acessa em mãos. Parei à uma distância razoável e iluminei seu rosto - agora desacordado -, afim de avaliar a situação. Ele com certeza não era um zumbi - ainda -, mas apesar de não possuir nenhuma ferida ou fratura exposta, parecia tão acabado quanto um. Guardei a pistola, tendo em mente outro possível erro, e usei a lanterna para checar seus  sinais vitais, que apesar de fracos, pareciam estáveis.

- Hey...? Você pode me ouvir? - perguntei estupidamente, mas não ouve resposta, gemido, ou qualquer sinal de consciência. - É, parece que não - respondi minha própria pergunta. Por segurança verifiquei seus bolsos internos e externos, onde só encontrei uma lanterna, um canivete multi-uso, um cantil vazio e nenhum tipo de alimento. O que aquele cara tinha na cabeça? Ninguém contou à ele que aquilo era um apocalipse zumbi e que ele deveria trazer coisas mais úteis? - Droga - suspirei, me decidindo o que fazer a seguir. Por mais que fosse uma boa ideia, não poderia deixa-lo ali, principalmente durante a noite. - Eu mereço... - suspirei mais uma vez e guardei seus pertences em meus bolsos. Em seguida arrastei seu corpo até o carro. Felizmente, ele parecia desnutrido, porque caso contrário eu nunca teria conseguido erguer seu corpo até o banco do motorista onde o acomodei. Por segurança retirei as chaves do contato e arrisquei acender a luz interna, o que não era uma boa ideia, já que o céu escurecia mais a cada minuto que passava.

Fui até o porta malas e usei minha lanterna para iluminar meu pequeno estoque de comida, que fora alguns enlatados em conserva, se resumiam de doces e besteiras. Retirei uma lata de milho dali e voltei minha atenção para o homem desacordado no banco do motorista. Lhe dei um pouco de água do meu próprio cantil antes de abrir a lata de milho e usar sua própria colher do canivete multi-uso para colocar um pouco do conteúdo em sua boca. - Agora é com você, colega. É bom que acorde, porque não vou mastigar por você. Sem falar que um bando de zumbis podem surgir a qualquer momento - comentei com uma careta, esperando alguma reação do rapaz. Sem resposta, molhei um pouco minhas mãos com o conteúdo do meu cantil joguei delicadamente em seu rosto, esperando alguma reação positiva. O céu já estava completamente escuro, e de fato a luz do interior do carro poderia atrair zumbis naquela direção. E se isso acontecesse, não haveria mais nada que eu pudesse fazer.


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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 12:27 pm

❝ don't starve ❞

Dead i fall asleep
is this all a dream

Algo gélido se chocou contra meu rosto. Meus ouvidos estavam zumbindo alto, com dificuldade abri os olhos lentamente até revelar o interior de um carro. Minha visão não estava nítida, porém o volante a minha frente e os painéis denunciaram o que seria. De repente, uma sensação estranha inundou meu corpo, meu paladar estava sendo re-ativado novamente, tombei a cabeça para o lado e visualizei uma moça cuja origem eu desconhecia. Ela segurava uma lata de milho verde, e foi justamente esse gosto que eu estava sentindo na boca. Movi o maxilar até mastigar aquilo e engolir. Todo meu interior pareceu remexer perante o alimento. Eu já não sabia qual foi a última vez que eu tinha comido algo. Fitei o rosto da forasteira e apalpei meus bolsos, não havia nada lá. Antes que eu falasse qualquer merda, lembrei que ela aparentemente me salvou. — Você me pôs aqui? É, acho que foi. — Eu falei em um tom desconfiado porém óbvio.

— Por via das dúvidas, obrigado. — Falei seco, me encolhendo na poltrona do motorista. Olhei o cenário ao meu redor, uma floresta escura, o tempo estava a noite. Algo faltava em minha cabeça, eu não lembrava de muita coisa deste lugar. Era como se alguém tivesse roubado as minhas memórias recentes. — Eu deveria estar na cabana do meu avô, sabe? — Falei sem encará-la. Eu estava fazendo aquilo para me ajudar a lembrar, e não para me abrir para ela. — Comida, água e abrigo. — Mordi o lábio, colocando as mãos no volante e apertando um pouco o objeto. — Fica ao norte... — Apalpei os meus bolsos mais uma vez. — Minha lanterna, você pegou. — Virei o meu rosto para o dela, que tinha um semblante que eu não sabia interpretar muito bem. Talvez eu devesse ser mais educado, se eu estava aqui é por que procedeu alguma merda.

— A propósito, Hórus. — Meus olhos penetravam os seus, contato visual era uma das coisas que eu mais fazia em uma conversa. — Eu agradeço por ter me salvado ou seja lá o que você tenha feito comigo, mas eu quero minhas coisas. — Arrogante foi a palavra que definiu minhas palavras. Um vento frio soprou pela janela e se não fosse por minha jaqueta eu já estaria congelando. A noite fazia muito frio, especialmente em uma zona não urbana, onde a temperatura geralmente predomina baixa durante a ausência de sol. — Como é seu nome? — Eu perguntei curioso. — Por que me ajudou? O que você fez comigo? E sobre essa luz... — Eu apertei o botão para desligar a luz interna do carro. — Você é louca? Isso gasta a bateria do automóvel, coisa que está bem escassa hoje em dia. — Eu falei com uma careta repreensivo. Talvez ela não gostasse da minha atitude, ou talvez ela acharia aquilo idiota e riria, que seja. — Aliás o carro é seu, não é? Você está sozinha ou tem mais alguém? — Perguntas, perguntas, perguntas e mais perguntas, minha cabeça estava em confusão, eu ainda estava um pouco grogue.

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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 2:13 pm

❝ stay away from me ❞

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somewhere in Maine. 6:12 PM

Tão rápido quanto caiu no chão e apagou, o estranho homem recuperou sua consciência, apalmando seus bolsos com urgência ao notar a ausência de seus pertences. Eu, por minha vez, permaneci quieta observando-o atentamente, pronta pra reagir ofensivamente ao menor sinal de hostilidade. Para minha surpresa, o homem se limitou a perguntar se eu havia colocado ele e ali e a agradecer. - Err... Sem problemas - me limitei em dizer, agora observando a lata de milho em minhas mãos, me perguntando se eu deveria continuar ou não. Aquilo era uma situação embaraçosa e eu não era lá muito de falar, principalmente com estranhos. Felizmente, o rapaz começou a despejar um monte de informação pessoal sobre localização que era irrelevante - pelo menos pra mim. Talvez a desnutrição o estivesse fazendo delirar. Me mantive quieta e atenta até o momento em que citou sua lanterna. - Hm? Isso aqui? - ergui o rosto, retirando o pequeno objeto do bolso da jaqueta. - Não se preocupe, não roubei - sorri com indiferença, tentando transmitir alguma confiança.

O rapaz se apresentou como Hórus e agradeceu por seja lá o que eu tenha feito, em seguida exigindo seus pertences de volta. Observei sua expressão por alguns segundos com uma careta desconfiada, tentando encontrar em seu rosto qualquer evidência ou motivo para não fazer aquilo. O que garantia que ele não iria tentar me machucar com seu canivete e fugir com o carro? Bom, em suas condições, ele não conseguiria nem se quisesse, e em seu lugar eu também exigiria o que me foi tomado. - Tudo bem - ergui as mãos, junto com a lata, em sinal de rendição, antes de retirar seus pertences do bolso da jaqueta e colocar em seu colo. - E de nada - concluí, igualmente seca.

- Alexis - respondi ainda desconfiada quando Hórus perguntou meu nome e porque eu o ajudei - Você apareceu do nada, pedindo ajuda e desmaiando devido a desnutrição. Bem ali - gesticulei em direção a dianteira do carro - Eu te arrastei até aqui, tomei suas coisas por segurança... - ressaltei - Limpei seu rosto e te alimentei. Aliás, sugiro que continue a comer - estiquei a lata em sua direção. - Não sei porque fiz isso. Provavelmente porque achei que fosse o certo a fazer - dei de ombros. "Não que fosse mais fácil te atropelar e sair daqui", pensei, mordendo o lábio em seguida. O homem então começou a implicar com luz interna do carro, que logo se tornou o tópico da vez. - Não sabia que você preferia jantar no escuro - disse seriamente sarcástica - E sim. É meu, e eu estou sozinha - talvez fosse um erro, mas disse de modo sério antes de empurrar a barra da jaqueta para trás, de modo que a minha pistola antes oculta ficasse sutilmente a vista. Caso ele tentasse qualquer besteira, era um canivete contra uma calibre cinquenta.

- Eu faço as perguntas agora - disse encarando curiosa o rapaz que agora se alimentava do que restava do conteúdo da lata de milho. - Como e porque veio parar aqui Já que deveria estar nessa tal cabana que você disse? Aliás, você é louco? Ninguém te contou que tem um apocalipse zumbi acontecendo? Como você sai de casa com um canivete? E sem comida...? - minha voz falhou, e a pergunta saiu mais em tom de afirmação do que pergunta. Dizer sua situação em voz alta me fez imaginar que talvez ele fosse um saqueador que fizesse cena de pobre coitado para saquear viajantes. E talvez ele tivesse alguns capangas com ele e eu era agora a mais nova vítima, e tudo o que me restava agora era mata-lo e fugir. De qualquer forma guardei minhas suspeitas para mim enquanto esperava suas respostas. - Bom, se você quiser pode levar uma garrafa d'água, outro enlatado e ir se estiver se sentindo melhor.


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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 2:56 pm

❝ don't starve ❞

Dead i fall asleep
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Para minha felicidade, ela não protestou ao devolver minhas coisas. Guardei o canivete no bolso esquerdo e o cantil que agora se encontrava vazio no bolso direito. Deixei a lanterna repousando em meu colo. Logo, ela se apresentou como Alexis. Yeah, ela estava cooperando comigo. Alexis por educação ou por não sei o que respondeu as minhas perguntas a medida que eu as lançava. Ela contou sobre como eu cheguei e até apontou para o local onde eu caí. Eu fiz uma caretinha e mordi o lábio. Tudo o que ela falava preenchia o meu quebra cabeça mental, era como se tudo estivesse se encaixando, e de repente, BUM, minhas memórias estavam de volta. Alexis estendeu a lata de milho em minha direção enquanto sugeria para eu comer e eu aceitei, pegando a lata de sua mão.

Quando ela falou que não sabia o motivo de ter feito e seja talvez por que fosse o certo a fazer eu esbocei um pequeno sorriso para ela, depois eu ergui a lata de milho até a altura da minha boca e joguei um pouco do seu conteúdo para dentro. Agora, o escuro predominava no carro, a nossa única fonte de iluminação era o reflexo do sol que batia na lua e projetava uma luz fraca na Terra. Ri baixo com o seu comentário de jantar no escuro e a respondi de boca cheia. — Questão de privacidade, sabe. — O sarcasmo que ela me lançou eu rebati com essa frase. Ela admitiu a posse do carro e alegou estar sozinha, em seguida fez um ato um tanto quanto peculiar, passou a barra da jaqueta pra trás e revelou sutilmente uma arma de fogo. Ergui uma sobrancelha como um "sério isso?" mas preferi ficar calado, comendo o milho que tinha na lata. No ruim, o milho vira pizza.

Ela me olhou um tanto quanto curiosa e falou que fazia as perguntas agora. Ergui os braços e esbocei um sorriso sarcástico. — Ui, tá certo, manda-chuva. — Dei uma risada baixa, voltando a comer. A última vez que eu dei uma risada nem me vinha mais a memória, os tempos agora eram outros. O que ela falou a seguir soou mais como um sermão do que simples questionamentos. Franzi o cenho enquanto escutava ela falar sobre como eu estava e com o que eu estava. Pelo menos suas perguntas foram úteis para que mais memórias voltassem a minha cabeça. — Então, professora, desculpa por não trazer o material necessário para a aula de artes, na próxima aula eu trago, okay? — Dei de ombros, levando a lata de milho até minha boca com cuidado para não cortar e comi os últimos milhos que haviam lá. — Então, princess, aí é que está! Eu já deveria estar na cabana que na verdade não é uma cabana, eu só chamava assim para deixar meu avô fulo. Voltando ao foco, eu trouxe comida suficiente para um dia, que seria o tempo da viagem, uma ou duas horas andando, só que eu não contava em parar para colher alguns cogumelos e tomar uma sopa. Resultado, dormi por dias depois de fazer sabe-se lá o que e acordei hoje, sem comida, pouca água, no meio do mato. — Olhei para fora da janela do carro, me perguntando se estaria seguro naquele local, ao menos seguro dos walkers.

Ela me ofereceu água e outro enlatado, eu esbocei um meio sorriso de canto e fitei seu rosto. — Você me ajudou, então, que tal eu te ajudar? — Ela arqueou uma sobrancelha como um "conte-me mais" e eu me virei totalmente para ela, erguendo as mãos para gesticulá-las enquanto falava. — Faz quanto tempo que você tomou um banho quente, dormiu em uma cama quente em um quarto com climatizador para tempos frios e quentes, comeu algo feito em panela e usou um banheiro de verdade? Daqueles com vasos sanitários, box e pia com espelhinho e tudo o mais? Eu não sei você, mas faz dias que eu tô vagando no meio do mato. — Mordi o lábio, avaliando se aquilo seria uma boa proposta para uma pessoa totalmente desconhecida. Bom, se ela não me matou quando eu estava vulnerável ela não iria fazer isso agora. — Então, vai comigo? — Desta vez eu fechei o rosto e lhe perguntei em tom sério, lhe fazendo uma verdadeira proposta.

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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 3:48 pm

❝ stay away from me ❞

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somewhere in Maine. 6:12 PM

Em pouco tempo a desconfiança de Hórus deu lugar ao sarcásmo, e apesar de me esforçar para se manter séria e centrada em suas respostas, foi impossível não rir quando me chamou de "professora". Pigarrei retomando a postura séria. Sua história parecia pouco verídica, o que ressaltou minhas suspeitas quanto as suas verdadeiras intenções ali, mas era fácil não deixar transparecer pela minha expressão o que eu pensava no escuro. - Certo - assenti. Sendo verdade ou não, não seria relevante por muito tempo. O silêncio constrangedor estava prestes a se instalar novamente quando o rapaz fez menção a uma "ajuda", para compensar a que eu tinha lhe dado. - Hm? - ergui uma sobrancelha, tentando demonstrar falso interesse enquanto na verdade me perguntava se eles estava dando o bote de seu golpe, segundo minhas suspeitas. Ele então começou a perguntar há quanto tempo eu não tomava um banho, usava um banheiro e não dormia numa cama quente. "Boa pergunta, há quanto tempo?" me perguntei. Quanto tempo havia passado desde que havia invadido uma casa e desfrutado de tais recursos? Por fim, Hórus perguntou se eu iria com ele, com uma expressão séria no rosto, até onde eu pudia ver.

Aquilo era claramente um golpe. E um golpe muito baixo, por sinal. Por mais selvagem que tenha me tornado após o apocalipse, eu continua sendo uma mulher, e ainda presava pela higiene que até o presente momento havia ficado em segundo plano. Mas o que me garantia que Hórus realmente tinha isso? E que ele não estava me atraindo para uma armadilha. - Como sei que você não está me atraindo para uma armadilha onde outros capangas seus meu esperam? - semicerrei os olhos, jogando minhas suspeitas na lata. "Jogo duro Alexis, faça jogo duro, e lembre-se que é a sua vida que está em jogo". Tão na lata quanto eu, Hórus admitiu que não havia garantia nenhuma, e concluiu perguntando o que garantia a ele que eu não era uma psicopata cuja qual ele também estava dando um tiro no escuro e se arriscando ao chama-la para a cabana de seu avô? Ai. Talvez ele fosse louco, mas também era esperto. E talvez ele fosse um bandido, mas aquele carro que me pertencia agora não significava que eu era exatamente inocente.

- E como eu vou saber que você realmente tem tudo isso e na verdade quer roubar meus mantimentos? - perguntei ainda de modo desconfiado, que Hórus logo tratou de rebater com mais um pouco de sarcasmo, e eu odeio dizer que ele estava me convencendo. O que eu tinha perder além de mantimentos e munição? Além do mais, talvez ele me saísse útil mais tarde, caso não fizesse alguma besteira que me forçasse a mata-lo. - Proposta interessante. Eu analisaria ela com mais cuidado, mas na situação atual, vou retribuir o voto de confiança - disse com cautela enquanto me xingava internamente por ter sido comprada por uma cama e água quente - Além do mais, a gente tá fazendo barulho demais. Não duvido nada que um bando de zumbis apareça a qualquer momento - concluí. Hórus pareceu satisfeito. - Eu dirijo - disse por fim, retirando o molho de chaves do bolso, esperando que ele se movesse para o banco do passageiro. Aliás, dependendo da distância, talvez eu contasse a ele como consegui o carro. Aquilo criaria uma confiança básica ou destruiria qualquer sinal dela.


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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 5:00 pm

❝ don't starve ❞

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Alexis não teve muita dificuldade para acreditar em mim, o que foi uma sorte, pois talvez ela fosse do tipo que atirasse em qualquer um sem motivo. Então, eu lancei minha proposta para ela, de me acompanhar até a cabana do meu avô, que na verdade era uma casa normal como qualquer uma, exceto pelo fato de estar no meio de um mato e com um rio no quintal. Como previsto, Alexis mostrou desconfiança da proposta e me perguntou em como ela não saberia se eu não estava atraindo ela para uma armadilha onde estaria eu e mais outros capangas para encurralá-la, então eu ergui as sobrancelhas e decidi revidar. — Olha, você não tem garantia nenhuma que eu não estou fazendo isso, mas... Como eu não sei se você é a psicopata da história? Eu também estou dando um tiro no escuro levando para meu ponto seguro uma completa desconhecida que possui uma arma de fogo que sim eu percebi ela bem discreta ai na sua cintura, então, eu julgo que a probabilidade é quarenta e cinco porcento para cada opção. E os outros dez porcento é que eu estou limpo, você está limpa e realmente há um acordo aqui. — Esbocei um sorriso barganhador e esperei sua resposta.

Quando eu achei que ela finalmente tinha cedido, ela me atacou com palavras mais uma vez e eu revirei os olhos. — Seguinte, vamos supor que eu roube seus mantimentos, e depois disso, o que eu iria fazer? Sujar minhas mãos com sangue seu? Não, não mesmo. — Eu falei de modo duro. — Além do mais, eu não sei você, mas não sou um mágico pra forjar um desmaio e depois roubar a pessoa que me ajudou. — Sorri sarcasticamente e esperei sua resposta, desta vez, esta veio positiva, e eu sorri vitorioso. Ela disse que iria dirigir, então eu joguei a lata de milho vazia para fora do carro e fiz uma macumba corporal saindo do banco de motorista até o banco de trás, me sentando todo a vontade. — Okay, Wilson! — Dei uma risada e voltei a ficar quieto.

Alexis deu a partida no carro e eu lhe dei as instruções da possível localização da casa, sempre olhando para a bússola acoplada em minha lanterna e me certificando que estaríamos indo ao norte. Não fiz esforço para puxar assunto durante o percurso, até que os faróis do carro bateu sobre uma construção distante que visualizamos, segundos depois Alexis parou o carro bem em frente a casa, com os faróis virados para ela. Uma típica casa americana, com um primeiro andar com varanda e essas coisas, seria uma casa comum exceto pelo painel solar no teto. — E aí? Cadê meus capangas? — Eu sussurrei sarcástico próximo ao seu ouvido e mordisquei o local, dando dois tapinhas leves em seu ombro como um "meça suas suspeitas parsa" e saí do carro. Uma nostalgia preencheu meu corpo assim que respirei aquele ar. — O cara na verdade não era meu avô, e sim um amigo já de idade do meu pai, eu o considerava como avô. Ele me trazia aqui nos finais de semana. — Sorri como uma criança boba e subi as escadinhas do terraço.

Me abaixei perante a porta e levantei um tapete de lã, lá estava um molho de chaves da casa. Eu abri a porta e ela abriu com um barulho meio feio de dobradiças enferrujadas. Entrei no local escuro e Alexis me acompanhou. — O cara era esperto, sabia que a noite o painel solar não seria útil, então ele fez uma "gambiarra", uma bateria de setenta por setenta que armazena energia e distribui quando o botão está inverso. — Liguei a minha lanterna e iluminei o motor no canto do que seria uma sala. Uns fios emaranhados em um interruptor improvisado marcava que o motor estava desligado, então eu coloquei a alavanquinha de 3cm para cima e logo aquilo levou energia para o sistema elétrico da casa. A lâmpada da sala imediatamente ascendeu, e eu olhei para Alexis sorrindo. — E então? — Mordi o lábio, a olhando como uma criança boba. — Vai usar algo que está no carro? Se sim, pegue logo pois eu vou fechar a porta e desligar a lâmpada de fora para não chamar atenção. — Dei-lhe as instruções enquanto retirava meu casaco e ficava apenas com uma regata. Sentei no sofá e imediatamente me senti confortável, como se estivesse em casa, esperando Alexis se decidir.

Imagem da casa:

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Mensagem por Convidado Sáb Mar 14, 2015 7:40 pm

❝ stay away from me ❞

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somewhere in Maine. 6:12 PM

Hórus não protestou. Passou para o banco de passageiro e eu assumi o volante em silêncio, enquanto ele dava as instruções de como chegar à tal cabana de seu avô, embora eu ainda achasse que ter topado aquilo tenha sido uma péssima ideia que talvez pudesse resultar na minha morte. Com certa dificuldade saímos da estrada e seguimos em direção ao norte. A viagem era silenciosa, sem contar as instruções do rapaz e o som de ossos humanos sendo esmagados pelos pneus hora ou outra. Não demorou para chegarmos até a casa que se parecia muito com uma tradicional americana, aparentemente vazia, que Hórus fez questão de ressaltar quanto as minhas suspeitas. Saímos do carro e o rapaz começou a comentar sobre a história da casa e do seu avô que na verdade era um amigo de seu pai. - Legal - me limitei a comentar, enquanto me perguntava se era verdade, há quanto tempo ele esteva refugiado ali e como se recuperou tão rápido com uma lata de milho à ponto de correr como uma criança.

Em seguida Hórus abriu a porta e começou a tagarelar sobre o gerador à base de energia solar criada por seu avô que na verdade não era seu avô. Acionou o interruptor e então a gambiarra ganhou vida, acendendo as luzes da casa, antes as escuras. Pude então ver toda a extensão dos cômodos da casa, assim como pude ver o rosto de Hórus com clareza pela primeira vez até então, e julguei que deveria ter cerca de vinte e cinco anos. - Bem engenhoso - admiti, imaginando que seu avô seria o Magaiver. O rapaz então perguntou se eu iria pegar algo no carro, para que pudesse apagar as luzes, e se acomodou no sofá. Eu mantive em pé, estática, desconfortável demais pra tomar qualquer outra atitude. E não seria diferente, já que nos conhecíamos a um pouco mais de uma hora e eu ainda estava desconfiada demais para confiar meus pertences no carro enquanto poderia dormir e tomar banho, mas não queria demonstrar aquilo. - Eu acho que não, tenho tudo aqui - disse com uma careta e um meio riso se referindo as minhas roupas, afinal, minha jaqueta tinha muitos bolsos. - Aliás, onde fica o banheiro? Posso...? - perguntei um pouco sem graça, imaginando se estava corando. Hórus assentiu e apontou em direção a porta discreta no fim do corredor. Agradeci com um sorriso e segui em direção a porta.

Me tranquei no pequeno banheiro e por questões de paranoia, fechei o buraco da fechadura com papel higiênico. Nem acreditava que estava num banheiro de verdade depois de tanto tempo, e aquela sensação era quase um orgasmo. Talvez Hórus fosse um cara legal, afinal. Me despi de minha roupa e entrei no box. Me apressei em ligar o chuveiro e deixar que a água quente envolvesse meu corpo gelado. - Porra... - suspirei sorrindo enquanto a água quente relaxava cada músculo do meu corpo. Apesar da boa sensação e do prazer de um bom banho em tanto tempo, não quis me demorar. Me apressei em lavar os cabelos, o rosto e corpo, já que ainda não confiava de que Hórus não estava nesse exato momento fuçando nas minhas coisas no carro. Desliguei o chuveiro e vesti as roupas um pouco tão limpas quanto as que vestia anteriormente. Em seguida deixei o banheiro, acompanhada de uma grande quantidade de vapor.

Para a minha surpresa, Hórus continuava sentado na sala, e não parecia ter se mexido desde que eu havia entrado no banheiro. Fez um comentário sobre a duração do banho e eu fiz um a careta. - Econômia - disse sem graça, enquanto secava os cabelos. Me atrevi a caminhar até a cozinha e tomar a liberdade de dar uma olhada nos armários. - Está com fome? Eu tenho certeza que sim, afinal, uma lata de milho não enche ninguém que estava desmaiando - comentei, quando na verdade quem estava com fome ali agora era eu. Hórus não tinha muito ali, mas ainda sim tinha mais do que eu no carro. - Eu não sou exatamente uma masterchef, mas acho que posso me virar - comentei antes de retirar alguns ingredientes e uma panela que parecia guardada a muito tempo. Em silêncio comecei a cozinhar um mingau com coco ralado - coisa que eu gostava desde pequena em dias frios. Alguns minutos cozinhando e ta-dã!. Servi em duas tigelas e levei até o anfitrião na sala, como gesto de gratidão pela água quente.

- Cuidado, tá quente - comentei deixando a tigela e colher em suas mãos, antes de me acomodar no sofá em "jeito de índio" e provar do mingau. A pasta quente e doce rapidamente fez meu corpo todo aquecer e o meu estômago chacoalhar em gratidão. Aquele mingau tinha literalmente gosto de nostalgia, e por um minuto me senti uma menininha de cinco anos em casa. Encarei Hórus, que agora me encarava de forma confusa, como se esperasse que eu provasse primeiro para se certificar de que não estava envenenado, e eu não o culpava por isso já que faria o mesmo. - É uma receita da minha mãe - comentei - Ela costumava fazer pra mim em dias frios - concluí. Hórus parecia querer perguntar onde ela estava agora, embora provavelmente já soubesse a resposta. - Mas então... Você é sozinho? Como veio parar aqui? - perguntei numa forma de puxar papo e conhecer melhor o homem que ajudei, me ajudou, e agora ajudávamos um ao outro. - Eu vivia em Massachusetts, e fazia medicina em Harvard. Depois que minha família morreu, eu sai por ai sem rumo afim de viajar e viver um dia após o outro. Roubei esse carro de um mané e vim parar aqui - comentei, e apesar de sentir que já havia falado demais, achei que fosse necessário. Continuei a comer do mingau enquanto ouvia Hórus contar sua história enquanto eu imaginava como seria o dia seguinte, contando que eu estivesse viva até lá.



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