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[Brooklyn] - Rolê na Bed-Stuy

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Mensagem por Convidado Ter Mar 03, 2015 3:43 am
Brooklyn, Bitch! (⅓)


Caminhar era uma coisa rotineira para mim, tudo o que tinha aprendido com a vida agora já não adiantava de nada. Os mortos tomaram a terra e os vivos são seus reféns, o que antes era uma cidade que nunca dormia agora é uma cidade morta. O medo obriga a fazer coisas, o medo de morrer é o que me mantem vivo, o medo de ter perdido a minha família é o que movimenta a minha curiosidade para tentar encontra-las com apenas a esperança de conseguir um abraço e um beijo de ambas. Nova York - Washington não é muito longe, porém dura alguns dias a pé e sobrevivendo em meio a esse mundo de mortos.


Silêncio reinava lá fora, tinha muito a vontade de fazer com que essa porra de mercearia de esquina tremesse o chão com música alta. Por mais que antes disso tudo acontecer eu não gostasse tanto disso, hoje em dia isso é uma das coisas que eu mais sinto falta, o simples fato de conversar com alguém, dar uma risada, compartilhar uma piada ruim, são coisas das quais sinto falta. Deitado no chão daquela mercearia onde após uma longa ronda no estabelecimento percebi que estava só. Eu olhava o céu frio de Nova York enquanto segurava uma foto que tenho junto com a minha filha. Uma lágrima escorre pelo canto do meu rosto, fico imaginando como foi bom o dia dessa foto, todos os momentos bons que passei com aquelas duas garotas, nada e nem ninguém nunca iria ter o poder de substitui-las. Imagino também o que de tão ruim fizemos para sermos por Deus com um apocalipse, será que as guerras, a falta de amor ao próximo, ganancia, ameaça por coisas pequenas, fanatismo poderia ser uma dessas coisas? A resposta é, não tem mais importância tentar entender agora, não vai adiantar, o mundo com o qual tinha antes e sonho em ter agora nunca vai voltar. Me viro contra a janela e fico deitado de lado enquanto fecho os olhos e logo inicio um leve sono.


O barulho de um dos mordedores do lado de fora da loja acaba por fazer voltar ao pesadelo da vida real. Coço os olhos e limpo a boca, o céu já estava claro, tinha dormido algumas horas, o suficiente para conseguir andar mais um pouco. Guardo a foto dentro da carteira e coloco no bolso da calça. Checo se a minha arma sem munição ainda está no coldre em minha cintura e logo depois pego a machadinha do chão. Ando em meio as estreitas prateleiras daquele ambiente, muitos dos poucos alimentos estavam vencidos a muitos dias já. Ouso me abaixar e olhar por debaixo das prateleiras e ver se consigo encontrar alguma coisa. Do lado direito não tem nada além de uma baratinha passando, do lado esquerdo eu abro um sorriso por ver uma lata pequena de Pringles, estico o braço e com a ponta dos dedos consigo traze-ela para perto de mim. Pela primeira vez na semana eu tinha sido premiado, poderia ser um carro com gasolina suficiente até o estado de Illinois, mas já sei sorte o suficiente para conseguir uma pequena lata fechada de batata frita. Abro e começo a devorar aquilo enquanto fico sentado e encostado no balcão da loja, enchendo a boca como se por algum motivo aquilo fosse fugir de mim. Termino aquelas vinte e poucas batatinhas que tinha dentro do pote de 40g, limpo as minhas mãos nas pernas, penduro a machadinha na minha calça e continuo andando pelo estabelecimento. No chão da mercearia vejo uns panfletos no chão com um pequeno mapa do condado de Brooklyn. Vejo no mapinha uma loja de armas a duas quadras da onde estamos e um pouco mais a frente um oficina mecânica chamada “Don Machine Shop”, iria estabelecer aqui a minha moradia caso nada mais desse certo.


O vento bate em meu rosto, o cheiro de carniça  ainda incomodava meu nariz. Circular pelas ruas de uma cidade grande como Nova York é a mesma coisa que ser judeu e sair nas ruas de uma Alemanha comandada por Hitler. Segurava a machadinha na mão enquanto corria pelas ruas paradas do Brooklyn. Assim que chego ao final da rua onde tinha passado a noite vejo um zumbi vindo em minha direção - ele é um pouco mais baixo do que eu, aparentemente branco caucasiano, um pouco acima do peso e vestindo um macacão de mecânico, seu nome no macacão parecia ser James. -. Paro de correr e caminho na sua direção desviando um pouco da rota que tinha traçado, desfiro um golpe da direita para a esquerda com a parte pontuda da machadinha acertando a lateral da cabeça e fazendo com que ele caia ainda mais morto do que já estava. Olho em volta tomando cuidado para não ser atacado por nenhum outro morto-vivo. Me abaixo tateando os bolso do macacão do falecido mecânico James. Um barulho metálico me deixa atento, coloco a mão direita dentro do bolso onde parecia sair o som e encontro um molho de apenas 3 chaves e uma identificação “Don Machine Shop”, torcia para estar no caminho certo.

Itens:


#Rufus Bed-Stuy - Brooklyn

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Mensagem por Convidado Qua Mar 04, 2015 1:37 am
Avaliação

Ortografia: 8
Criatividade: 8
Narração: 9
Senso de trama: 9
Carisma: 10
8+8+9+9+10x2: 88xp
-10 de MP

Atualizado por Jace. 
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Mensagem por Convidado Ter Abr 07, 2015 4:51 am
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