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[Medford] - The city of the dead

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Mensagem por Convidado Qua Fev 04, 2015 8:59 pm

M.P.D

 
Não sei o que está acontecendo... Eles vieram e... A guarda nacional chegou para nos resgatar, mas... - A voz do policial quase não podia ser entendida em meio a estática da gravação - O termo evacuação organizada é uma piada... As pessoas estão desesperadas... Abandonando a cidade por conta própria... - O policial não parava de olhar para trás enquanto falava no videogravador, sem duvida atento aos tiros que podiam ser ouvidos - Não sei para onde os militares vão nos levar... Não sei se há um lugar para onde nos levar... Os mortos tomaram Medford... Será esse é o fim..? - A gravação apagou nesse ponto.
Coloquei o aparelho sobre o balcão e me recostei no mesmo. Eu havia encontrado o videogravador caído atrás do balcão e a data da gravação indicava três dias atrás. O que diabos terá acontecido aqui? E o que são essas coias lá fora? Seja o que for que tenha acontecido, foi no mesmo dia em que eu estava naquela operação. Sem a equipe Alfa, o time Delta da S.C.R deve ter comandado a evacuação junto com os militares.
O time Alfa... Todos terão morrido naquela noite? Ou alguém além de mim deve ter sobrevivido à operação? Lembro de encontrar os corpos de três deles caídos pelo manicômio, mas ainda restavam dois. Se sobreviveram ainda devem estar por aqui. Ou não? Ainda há muitas viaturas da policia e da S.C.R lá fora, parece que quase ninguém conseguiu escapar.
A única coisa que eu sei é que não posso ficar nessa delegacia por muito tempo. Estou com fome e com sede. E, assim de tudo, eles estão lá fora, vagando. Eu os vi ontem à noite, dezenas deles, andando sem rumo pelas ruas.
É como o policial havia falado na gravação: Os mortos tomaram Medford.
 
 Olhei para a porta que dava acesso ao corredor. Ela estava trancada por esse lado e ontem eu ouvi sons vindo lá de dentro. Não era uma ideia muito sensata, mas era a minha única chance nesse momento. Ainda deve ter sobrado alguma coisa no arsenal do Departamento de Policia. Eu sei que deve ter muito mais armas na central da S.C.R, mas ela fica do outro lado da cidade, eu não conseguiria chegar até lá apenas com uma pistola e dezessete balas. 
  
 Respirei fundo e comecei a andar em direção a porta, com a pistola em mão. Com cuidado eu destranquei a porta e abri, ficando co ma arma apontada para o corredor, vazio. Continuei andando pelo corredor, com passos lentos e com a arma pronta para ser usada. Ao chegar em uma curva, eu me encostei na parede e espreitei pelo corredor à direita: Estava vazio, mas havia uma porta aberta. Quando comecei a me aproximar da porta foi que ouvi os sons. Grunhidos baixos vinham da sala à minha frente. Me encostei novamente na parede, mas agora ao lado da porta e olhei para dentro dela. Tinha uma daquelas coisas paradas lá dentro, de costas para a porta. Silenciosamente eu comecei a fechar a porta, mas antes que eu conseguisse terminar de fecha-la, meu coração saltou pela boca. Alguma coisa grudou em minhas costas e pelo canto do olho eu pude ver uma mandíbula tentando morder o meu ombro esquerdo enquanto eu o afastava com o braço. Afastei a criatura com um empurrão e me virei para o seu lado. Ele começou a voltar para a minha direção enquanto eu ouvia os passos do outro que estava na sala se aproximando. Virei para ficar de frente para o morto que vinha por trás de mim e o segurei pela camisa e rodei levando ele junto, ficando de frente com os dois. Empurrei o que eu estava segurando com a mão e o afastei com um chute, fazendo com que ele caísse em cima do outro. Entrei na sala e bati a porta, depois empurrei uma escrivania que estava próxima, deixando ela bloqueando a porta.
 Me virei para olhar onde estava, e me deparei com uma das salas da equipe de investigação. As cortinas estavam abertas, deixando que a luz entrasse pelas janelas iluminado o aposento. Tudo estava uma bagunça, com algumas mesas viradas e papéis espalhados pela sala. Escutei as batidas dos mortos na porta, tentando entrar. A sala onde eu estava não tinha outra saída, então eu teria que voltar pela mesma porta que entrei, ou pular a janela. Minha única chance seria atirar naquelas coisas, mas eu aprendi da pior forma que o som atraí mais deles. 
 Eu já estava quase decidindo abrir a porta e mandar uma bala no cranio deles quando eu vi um objeto caído embaixo de uma das estantes. Tive que deitar no chão para conseguir pega-lo lá debaixo, depois me levantei para olhar melhor para aquilo. Era uma faca, sem duvida, estava embainhada em uma bainha de couro negro. Puxei a faca pelo cabo para examinar sua lâmina. Era uma Taue modelo LB2, a lâmina devia ter uns vinte e dois centímetros, cerrada quase até a ponta na parte de trás. na cor preta no centro e um prateado na parte de corte. Havia também uma ponteira no punho que era usada para quebrar vidros. 
 Tive que sorrir, aquilo era perfeito. 
  
 Segurei a faca com a mão direita e empurrei a escrivania para longe da porta, mas ainda a segurei por um tempo antes de deixar que os mortos a abrissem e entrassem na sala. O primeiro que veio para cima de mim eu o segurei com o antebraço em seu pescoço e enterrei a faca em seu testa, então empurrei o corpo para o lado e fui para cima do outro que vinha ao meu encontro. Quando ele avançou com os braços estendidos eu me esquivei para o lado, deixando que ele passasse direto por mim. Então me adiantei antes que ele conseguísse se virar e perfurei a parte de trás da sua cabeça com a lâmina.  
 Respirei um pouco mais rápido para recuperar o folego. Meu trabalho ainda não tinha acabado, o arsenal ficava no fim daquele corredor e eu ainda tinha que chegar até lá. 
 Caminhei até a porta e saí da sala, continuando meu trajeto pelo corredor. 
 
 
 O corredor era mal iluminado devido a falta de energia, mas ainda era possível ver o caminha na minha frente. Em determinado ponto eu passei por duas maquinas, uma da lanche e a outra de bebidas. Olhei para elas, as luzes estavam apagadas então isso significava que elas não funcionariam mesmo que eu colocasse moedas. Segurei firme o punho da faca e bati com o pino no vidro da maquina da bebidas, foi preciso duas batidas para que o vidro se quebrasse. Tirei uma garrafa de água mineral lá de dentro e despejei quase todo o líquido em minha boca. Eu devia estar a uns dois dias sem tomar água, então estava morrendo sede. Joguei a garrafa para o lado e peguei outra, prendendo essa no bolço do cinto próprio para isso. Fui até a máquina de lanche e fiz o mesmo com ela, quebrando o vidro com duas batida do pino para poder pegar o conteúdo lá dentro. Peguei três barras energéticas e guardei no bolço da calça. Não era muito mas era o que eu podia carregar no momento.
 Me virei quando escutei sons vindo de alguma parte do corredor atrás de mim. O barulho do vidro se quebrando deve ter atraído mais deles, então sem esperar mais tempo eu segui o meu caminho pelo corredor, andando um pouco mais rápido. 
 
 As portas que davam entrada as salas estavam todas fechadas, então eu nem me preocupei em olhar dentro dela. Após um tempo andando, eu enfim cheguei na porta que estava escrito "Arsenal. Restricted access" em letras de adesivo negro. A porta estava destrancada, o que era estranho, mas também era uma sorte, já que eu não tinha a chave. Me encostei de lado na porta, dei duas batida nela e então esperei alguns segundos. Nenhum som veio lá de dentro, então eu eu a abri, com a pistola em posição de combate. A sala estava vazia, digo, vazia mesmo. As estantes e prateleiras de armas estavam vazias. 
 Eu estava enfurecido agora. Não tinha andado tudo isso apenas para me deparar com uma sala vazia. Comecei a andar pela sala, vasculhando nas estantes e gavetas, mas parecia que algum já havia feito a limpa ali. Fui até o outro lado da sala e comecei a abrir as gavetas ali também, até que finalmente encontrei alguma coisa. Dois pentes de munição para 9mm com dezessete balas cada. Guardei a munição nos bolsos do uniforme e continuei procurando, mas não havia sobrado mais nada ali além das mochilas usadas para guardar os armamentos. Caminhei até a estante em que eles estavam e peguei uma. Era da cor preta, estilo militar e com as iniciais M.P.D. Mesmo vazia eu a coloquei nas costas, pois tinha uma ideia. 


 Abandonei sala vazia do arsenal e voltei para o corredor mal iluminado, agora para voltar para a recepção de onde eu tinha começado. Caminhei até chegar novamente nas maquinas de lanche, então retirei a mochila das costas e comecei a colocar algumas coisas dentro dela. Peguei mais uma garrafa de água de 500 ml e algumas barras de cereais, mas antes que eu tivesse tempo de pegar muita coisa eu ouvi sons de passos e me levantei. Alguma coisa estava se aproximando, e pelos sons não parecia estar só. Peguei a mochila e a joguei nas costas, então desembainhei a faca e fui andando lentamente pelo corredor. Quando estava quase chegando na curva que o corredor fazia para ir em direção à recepção, ouvi novamente os sons de passos se aproximando, então uma das partas atrás de mim se abriu e um morto saiu lá de dentro. O zumbi - como eu decidi chama-los - usava uniforme policial e começou a vir na minha direção. Dei alguns passos para trás enquanto me preparava, mas acabei tropeçando em alguma coisa e caí de costas. O zumbi se jogou em cima de mim, e eu o segurei pelos braços para mante-lo afastado. A faca tinha caído longe do meu alcance, e se eu tentasse pega-la teria que soltar um dos braços do morto que mordia o ar tentando me alcançar. Encolhi uma das pernas e a coloquei  próximo ao estomago do zumbi, então afastei ele um pouco ao mesmo tempo que rolava para trás, dando um impulso nele com a perna para arremessa-lo. O morto caiu à uns dois metros de distancia de mim e eu fiquei em pé. Recolhi a vaca e fui até a criatura enquanto ela se levantava, então enterrei a faca em seu crânio. 
 Me afastei daquele lugar andando até enfim chegar na sala da recepção. Pelas portas de vidro eu pude ver que já estava escurecendo e os mortos estavam voltando a vagar em maior numero pelas ruas. 
  Me encostei atrás do bolcão, sentado no chão. Pensando. 



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